Frutos do Projeto AF Biota
Uma das grandes forças do projeto AF Biota é seu aspecto colaborativo e multidisciplinar. Foram
trabalhos
de profissionais das mais diversas áreas de pesquisa: geologia, climatologia, paleontologia,
palinologia, ecologia, zoologia, botânica, genética, etc. O projeto produziu mais de 400 artigos
científicos, muitos destes de grande impacto na comunidade científica. As descobertas foram publicadas
em revistas importantes da área como "Nature Ecology" e "Scientific Reports". Muitos membros da equipe
foram convidados para colaborar com livros, jornais, seminários, plenárias, pôsteres e apresentações
orais.
Na produção científica, é importante que haja diversidade dentro da comunidade. Além de promover justiça
social, a pluralidade de etnias, sexos, orientações sexuais e classes produz diferentes visões na
própria produção científica. Por meio da diversidade de pontos de vistas e experiências, é possível
criar diferentes abordagens, perguntas, métodos e soluções para problemas. A maior participação de
grupos historicamente excluídos possibilita uma ciência de maior qualidade.
A participação feminina foi essencial nas equipes do AF Biota. A partir dos resultados do projeto, a
bióloga brasileira Ana Carnaval, uma das coordenadoras do AF Biota, fundou um grupo de Mulheres na
Ciência (WinS: Women in Science) no "City College of New York" (Estados Unidos da América), inspirando
muitas outras cientistas mulheres a seguirem carreira na área da biodiversidade. O grupo busca destacar
e popularizar o trabalho de mulheres na ciência, por meio de encontros, "workshops" de treinamento,
programas de mentorias e seminários. Carnaval também participou da produção de um artigo sobre este
assunto na revista "Science"
Foi notória a participação massiva de cientistas mulheres no projeto
AF Biota. Alguns exemplos de cientistas que participaram, da esquerda para a direita: Cristina
Miyaki, Roberta Damasceno, Ana Carnaval, Lucia Lohman e Marie-Pierre Ledru.
Ao ressaltar a importância da diversidade na produção científica, Carnaval inspirou a Divisão de
Ciências da CCNY a destinar 1 milhão de dólares para a criação de um Centro Multidisciplinar para o
Estudo de Biodiversidade e Mudanças Ambientais. Este centro destina bolsas e treinamento para os
estudantes de biodiversidade desta universidade, reconhecida por ter muitos estudantes pertencentes a
minorias sociais e a classes menos privilegiadas. Essa ação pode ser de grande impacto na busca por uma
ciência mais ampla, diversa e socialmente justa. O projeto AF Biota não apenas atingiu grandes
resultados na investigação da biodiversidade da Mata Atlântica, mas também contribuiu para estimular a
diversidade na comunidade científica.
Para conhecer mais sobre o projeto, assista ao vídeo acima que está hospedado no canal do Biota FAPESP e que apresenta algumas
conclusões, por meio de animações e entrevistas com os pesquisadores. Os mestrandos e doutorandos do AF
Biota também produziram vídeos curtos explicando suas pesquisas de maneira simples, em três línguas
diferentes. ○